Segue o
dialogo:
- Vamos? (um
jovem pergunta)
- Vamos! (Outro jovem responde)
Faltavam 20 minutos pra excussão
sair e a mão ainda estava entendida, para quem quisesse vir, para quem quisesse
partilhar de algumas horas de fé e perseverança. O jeito missionário nunca foi
tão representado em um diálogo, é exatamente assim: espontâneo, solidário e às vezes
até inconsequente. Mas qual jovem com a missão de mudar o mundo não o é?
Confesso aqui que escrevo melhor
do que falo que penso melhor que escrevo e sinto melhor do que penso. Dessa
forma, em um resultado fácil não conseguiria descrever uma forma fiel de
representar esta viagem, do quanto é intenso sentir o poder da fé e bonito ver
a esperança nas pessoas. É curioso questionar o que leva mais de 500 pessoas
(estimativa) a irem à Santa Cruz dos Milagres, um local seco e quente, e
subirem degraus descalços, de joelhos, passando sede, calor, fome entre outras
formas de desconforto. Você responderia: FÉ. Mas o que seria fé? É algo inexplicável,
é impossível escrever, falar, pensar, é o sentir. Fazendo uma associação então,
a fé seria fala presa no coração, que apenas pulsa e faz o corpo se sentir
vivo.
O coração seria então o que faz
pulsar a cidade de Santa Cruz dos Milagres, em que todos os anos recebem
centenas de fieis de todas as idades que movidos pela fé, por uma crença
misteriosa, não contada pela História, não datada, não documentada, apenas
acreditada e passada em falas orais entre os cristãos. O que se conta é uma pequena história de um vaqueiro e um beato. Senta lá que eu vou contar:
“Próximo à região havia na cidade
de Valença uma fazenda chamada “Jatobá” terra do Vaqueiro em questão, chegou-se
um beato, ele já havia passado por outros locais e falava de penitência e devoção,
muitos moradores já se convenciam e propagavam os tais ensinamentos do viajante.
O beato levou o vaqueiro ao ponto mais alto do morro e pediu que ele abrisse um
buraco mais profundo em uma pedra bruta e saiu rumo ao mato e trouxe uma cruz
de madeira. Ao observar que o Vaqueiro não havia começado a cavar nada, logo
achava que não era possível cavar em uma pedra, naturalmente. O próprio beato
com o seu dedo, fez um movimento circular e abriu-se um buraco profundo no
local. Fincou a cruz e disse ao Vaqueiro que naquele local se faria milagres.
Logo após desceu o morro e próximo ao rio São Nicolau, mostrou ao Vaqueiro uma
nascente de água (chamada de Olho D’água), esse não conhecia. E disse: “por
essas aguas haverá milagres”. Em seguida, o beato desapareceu. Apesar das
demonstrações, o Vaqueiro não acreditou por completo, então, em um dia, sua
filha adoeceu. Ele tentou de todas as formas curare-la, mas não obteve êxito.
Então, a levou ao topo do morro e depois a fez beber da água da nascente, a
garotinha se curou.”.
Desde então, essa é a história
que se diz real na região e movimenta tantas pessoas a cidade, que acreditam em
um poder de cura, de realização de milagres. Mais uma vez a famosa FÉ. Movidos
por ela, nós, jovens missionários, fomos e conseguimos vender todas as aguas
minerais que tínhamos pra vender, os “dindins” de manga, maracujá e abacate. E
vencer os obstáculos do cansaço e falta de dinheiro.
A História e a viagem foi um
patrocinada pelo melhor prato da viagem “A la Ludline” e protagonizada pelos
trezes jovens vendedores de água e dindin.
Nenhum comentário:
Postar um comentário